Lembro que...
todos as noites, antes de dormir colocava um CD para tocar, sentava na escrivaninha e ficava olhando a rua no escuro do meu quarto. Imaginava como as pessoas caminhavam, o que conversavam e sonhava com o que poderia ser. Era tão gostoso esses minutos só para mim. As vezes ficava olhando pela janela a espera dele. E quando percebia qualquer movimentação meu coração até disparava. Obviamente que eu não veria ninguém, ainda que ele fosse até a sacada dar um alô. Ele nunca ligou para minha existência. Tudo bem. É romântico lembrar disso. A calmaria de um passado é sempre bem vinda.
Não vou conseguir dormir
E ainda que descansasse o corpo, eu não estaria em paz. Nem próxima de relaxar. São tantas perguntas. Será que escolhi o melhor caminho? Deveria ter aceitado? Negado? Pulado?
Às vezes eu não tenho nem tempo de sentir e refletir o que vivo. É sempre no achismo.
Sempre no talvez.
No escuro.
Em nada.