sábado, 30 de julho de 2011

solilóquio

Eu não saberia explicar, porque ainda não entendo. Mas eu sempre me explico mesmo... me justifico. É isso. Sempre. Porque se você não compreender meus motivos, eu não os compreenderei também. Ainda que você não saiba absolutamente nada sobre mim. É que se você não compreender, eu não vou compreender. E eu não sei explicar mas, mesmo assim, eu sempre me explico mesmo. Eu me justifico e não me basto. Eu nunca me basto e nem bastaria, ainda que todos achassem que sim. É que é muito pouco para mim. É sempre muito pouco. É quase nada. Então tudo tem que acontecer novamente. Várias vezes. Aí, talvez, eu me baste. Não. Eu me cansaria, mas não bastaria. Haveria sempre esse vazio, essa falta. Essa falta. Que falta? Falta do que!? Eu não sei e nem saberia explicar. Eu ainda não entendo. Só que eu me explico, eu sempre me explico. Quer dizer, eu me justificaria, mas não bastaria. Nada, nunca basta. Só cansa. Exausta. E um dia, morre.

Sobre o tempo

As luzes estão apagadas.
As luzes, estão apagadas.
As luzes estão apagadas.
Apagadas, as luzes estão.
Estão, as luzes apagadas.

Então... me explica, o que acontece agora?

Pela Janela

A casa escura.
Um tom azul-marinho contorna alguns móveis.

(Eu gosto de dormir com a janela aberta em noite de lua cheia.)

sábado, 2 de julho de 2011

Minha Nossa!

Põe um pouco de mel no teu sorriso,
como quando se morde a polpa de uma fruta.
Sai um dia caminhando pela estrada,
como quem não qué chegá, só caminhá.
E se tivé um rio, se joga dentro dele,
como se o corpo fosse feito de água fresca.
E se a vida doê dentro de ti.
deixa que rebente.


(Carlos Alberto Soffredini)