terça-feira, 6 de julho de 2010

O prazer dilacerador de ser e estar

Os ventos da manhã brindavam um ótimo dia. A temperatura era fria, no ponto ideal. Refrescante. Ouvia-se pela porta da sacada uivos das árvores selvagens. Os pés tocam o aspero, a caminho do chuveiro. Despiu-se em pensamento e permitiu que a água beijasse toda a sua vestimenta. Como louca, ria. Não o era, estava em sintonia. Enquanto as doces gotas percorriam seu corpo, respirava fundo. Lentamente. Uma vez. Duas vezes. Três.

(...)

A madrugava sussurava maravilhosos segredos. A temperatura continuava fria, no ponto etílico. Escutava-se pelas ruas sujas desejos sorrateiros. Os pés caminhavam sustentados pelo tic-tac do salto. Todas as noites, o mesmo lugar. Despiu-se na entrada, dos seus pudores permitindo-se. E como bailarina, dançava. Não era solitária estava plena. Enquanto o salgado suor percorria seu corpo respirava frenéticamente. Em dupla. Uma vez. Duas vezes. Três.