domingo, 12 de setembro de 2010

Era primavera no final de tarde

Sentei no banco de madeira que ficava no meio do gramado. Queria descansar de todas as dores que algum dia senti. Deixei que o tempo passasse. O sol caminhava em partida quando tirei minha sapatilha:

- É como se elas já não me servissem mais.

Levantei os olhos soltando o peso da cabeça. Assim fiquei por outro longo período. Queria descobrir minha respiração sem perceber seu ritmo ou intensidade. Só queria sentir o tempo passar:

- É como se eu buscasse o céu.

Sorri para uma criança que pulava descalça, livre em seu vestido branco. Experimentei toda felicidade do mundo quando ela sorriu de volta para mim. É como se pudesse olhar para o espelho do passado, pensei.