segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Adeus é como quando a chuva seca percorre os caminhos mudo


(Este é um texto de despedida).
Sinceramente espero que ele não o encontre. Porém, caso encontre, espero que guarde com carinho.

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Eu te disse, sem você, não sou nem um por cento de mim. Sempre é tão difícil dizer adeus. Ainda mais quando sei você continuará por aí, tão vivo. Mas é preciso. Viveria uma vida inteira ao seu lado. E eu o amo tanto assim, a ponto de deixá-lo, apenas na esperança de saber que você será muito feliz. Bem longe. E quer saber? Não há outra maneira, você será pai e provavelmente, casará. Talvez eu tenha confiado demais no destino. E esperado demais. Agora sua estrada já está definida e o que me resta é conhecer meu caminho. Minha vontade é ficar, mas não faço parte dessa história.

Ontem vi um rapaz segurando sua filha. E me lembrou de você. Foi como se visse a lembrança do seu futuro. Eu sei que você vai ser muito feliz. Eu sei que será.

Nosso tempo passou. Enquanto para você, fui apenas brisa, aqui você devastou o meu universo inteiro. Eu te amo. Sempre te amei e sempre amarei. Vou te levar dentro da alma.

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Você disse: "Eu lembro tão pouco de você”.

Ah, mas eu lembro tudo sobre você.


domingo, 25 de dezembro de 2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

E se....

eu fechasse meus olhos e desejasse com toda sinceridade reviver um dia.... só por alguns minutos..... será? Será que conseguiria?

(...)

Pela Janela



Observo a noite quente e abafada. O asfalto e suas pressas tornam a vista sufocante. Na cidade não há horizontes para orientar meus sonhos e luzes artificiais escondem as estrelas da via láctea. É tudo calor e cinza. A janela está escancarada, mas não há vento. A única visita é dos pernilongos e mosquitos, que rasgam e sugam minha essência. Não sou ninguém aqui. Nem quero ser. O tempo passa e agora é madrugada. Junto com o tempo, meus pensamentos vão escurecendo. E ouço as dores de minh'alma através dos conselhos do silêncio. É hora de dormir, mas a cama está bagunçada e desconfortável. Nem banhos resolvem o suor da pele. São as nostálgicas madrugadas de verão. Dessas que quase ninguém diz. Na cama busco o frio do lençol, enquanto deixo os pés descobertos. Mudo de posição. Uma. Duas. Três vezes. Então, um maldito mosquito canta em meus ouvidos e preciso levantar para matá-lo. O ódio alimenta minha sede e não o acho. Viro o copo e água gelada descendo pela garganta refresca meu corpo. Volto a deitar. Mudo de localização Uma. Duas. Três vezes. Agora a vontade é de ir ao banheiro. Saco. Aproveito e lavo o rosto. Gosto de sentir a água cair no meu rosto e desejo poder mergulhar nessa pia. Ao deitar, respiro fundo. Deixo a janela e as cortinas abertas. Não há vento e as estrelas estão ofuscadas pela luz artificial da cidade. Mas eu sei que elas estão lá. E sorrio. Deito de costas, toda torta. O lençol perdeu-se entre razões e soluções. É quando então, durmo.

Silêncio

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Eu

Você já passou horas e horas pensando  no que está sentindo e ficou sem resposta? Quer dizer, não sem resposta, mas com tantas e tantas possibilidades que simplesmente não sabia mais nem lembrar o que te fez pensar nas coisas que está pensando? É como quando erramos um caminho. Não estávamos prestando atenção. E talvez não estivéssemos mesmo... Eu não sei. Na verdade, ninguém nunca sabe.

Hoje passei horas pensando no que escrever. Quer dizer, não exatamente isso. Não o que, mas como. E eu nunca tive esse problema. Pelo contrário. Só que hoje, bom, hoje é um pouco diferente. E eu não sei o porque. Mentira, é claro que eu sei. Obvio que eu sei. Obvio. Autocrítica. E eu já ia me justificar a você, leitor. Mas não hoje. Não hoje. Hoje não! 

Ah, mas a vida... é belíssima. E canalha também. Tenho dentro de mim saudades imensas. E vontades absurdas também. Sabe que eu adoro o absurdo? Gosto das coisas que nos tiram do cotidiano, que nos faz pensar. Eu gosto de tantas coisas....assim como você também deve gostar. Queria saber o que te deixa feliz.

Todos os dias monitoro a Terra e o universo. É fascinante o quanto somos vulneráveis e o como estamos distantes de nossa natureza. A imensidão do que não sabemos e mesmo assim, como sociedade, funcionamos como se soubéssemos. Até mesmo nas pequenezas da rotina. A grande verdade é que estamos todos perdidos e essencialmente, somos todos um. Só que eu também me perco nessa vida desconectada. 

Para me organizar cultivo filosofias que aprendi ao longo dessa insignificante existência. Eu acredito no amor. Acredito que o amor é nossa maior virtude e também é a busca constante. Amar a vida, as coisas, as pessoas. E nos amar. Como diria Gary Zukav: "Eventually you will come to understand that love heals everything, and love is all there is." Esse é meu maior mantra. E um dos meus segredos não tão secretos assim.

Eu ainda tenho muito o que amadurecer. Não sou nada. E eu também sei que faço parte dessa existência. E que estarmos juntos no mesmo tempo-espaço é absolutamente incrível. Por isso, tenho vontade de fazer minhas vontades. De falar o que gostaria de falar. De fazer o que realmente quero fazer. O único problema é saber se fizer o que eu quero é, necessariamente, acontecer o que espero/quero. E nunca é né? 

Mas as coisas não são apenas sobre nós. Não podemos agir deliberadamente, porque precisamos respeitar o espaço alheio. E pensar nas consequências também. Eu tento evitar isso. E bom, sendo bem sincera, quase nunca faço o que eu quero e etc. Há pouco de mim, dentro de mim. E esse pouco que há, está confuso, como muitos também estão.

Impossível saber do amanhã, mas gosto de pensar que sou dona do meu próprio destino. E que as histórias se conectam por situações imprevisíveis e por probabilidades profundas e instáveis. Gosto de pensar que tudo pode melhorar. Tento cultivar a minha fé e meu amor por tudo que há.