terça-feira, 27 de novembro de 2012

Bailarina

Percorro suas linhas, histórias e verbos. Gosto de acompanhar sua história. As leio, todos os dias. Você não sabe, mas eu sinto sua tristeza. E seu amor. Não, eu não sinto seu amor. Eu tento entender. E vejo que você é feliz. E eu amo sua felicidade como se fosse a minha.

Você a encontrou.

Confesso que eu não imaginaria que fosse ela. Eu achava que fosse a outra, a primeira. Eu também me apaixonei por ela. Eu a amei, como você a amou. Não. Eu amei você amando ela. O amor de vocês, amor de todos. De repente veio esta outra. A outra. Como pode ter outra? Era ela.

Mas não era. E eu não tinha entendido. E nem deveria entender. Eu não te entendo. Nunca entendi. Só acompanho sua história. E amo seus amores. Hoje eu consigo amá-la. E amo vocês dois. Ela ainda é a outra, mas é amor. Puro amor.

Ela é a sua pessoa certa. Agora eu vejo. Ela é arte. Ela respira arte. Ela é bailarina, ela é vida. Ela é leve. Forte, verdadeira. Eu a amei, quando a vi amar um anjo que passou. Eu nunca vou esquecer. Ela flutua, ela dança, ela é. E eu consigo entender. Eu os amo. Os amo. Que sejam felizes seus 22-11.

sábado, 24 de novembro de 2012

Ausência

Talvez fosse um jardim. 
Talvez fosse outono.
Duas pessoas caminham rumo ao sol.

- Toda vez que venho aqui, é como flutuasse sobre um abismo.
- É, eu sei.
- Você também sente isso?
- Hm, não sei.

Os passos continuam.
Sem pressa. Sem pressa nenhuma.

- As vezes eu nem quero vir aqui.
- Hm...
- O que?
- Nada.

As folhas caem das árvores e dançam conforme o vento as beija. 
É absolutamente maravilhoso.

- ... 
- ...
- Essa falta nunca vai deixar de existir.
- Falta?
- O abismo.
- Mas você flutua.
- As vezes sinto como se tentasse sobreviver a queda.
- Você não flutua. Nem sobrevive.
- Não?
- Não.

Os passos, lentos, ficam ainda mais lentos.
Há chuva em todos os lugares. Até dentro da alma.






quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Observe

Mas ainda bem que não tenho apenas um coração.
Sou dona de vários. Diferentes, intensos e disparados.

Mas ainda bem que eu vivo outras vidas.
Compondo a cada segundo que meus pulmões respiram.

E ainda bem, mesmo, que somos diferentes.
E iguais. Terrivelmente iguais. Mesma espécie, homosapiens.

Ainda bem mesmo, que pelo bem, prossigo.
Nada vai me parar, não desta vez, não dessa vez.