Sentou-se na mesma cadeira. Era possível escolher entre várias, mas por algum motivo, sempre escolhia a mesma. Colocou o copo de plástico, com água gelada, em cima da mesa de vidro. O copo suava. O corpo, suava.
Um sorriso falso e nervoso apareceu. Havia carinho entre elas. E um pacto silencioso. Tudo que falariam, seria segredo. Tudo que falam é de extrema importância. E absolutamente secreto. São negócios necessários.
- E aí querida. Como foi?
- Ah, tudo bem. Tudo realmente bem.
- Hmmm!
- Não era ele. Nunca foi ele.
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Só que ela nunca soube quem era ele.
O que ela sabe, é só o que é contado. E nem sempre a outra está disposta a dividir tudo. É totalmente seguro, são trocas de confidências. Mas tem coisas que são absolutamente dela. E ela nunca soube dividir tudo. Sempre houve um silêncio cheio de uma vida que só ela conhecia. Só ela conhecia. Só ela conheceu.
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Esses dias desejei gostar de alguém.
Daí, desejei não sentir absolutamente nada por ninguém, quando achei que estivesse gostando de alguém.
Hoje descobri que não gostei de ninguém, mas gosto do fato de poder gostar de alguém e ainda não gostar.