Em dias cinza, fico introspectiva.
Penso em minhas atitudes,escolhas
e decisões. Nestes dias, penso em
voz alta. Falo sozinha procurando
me ouvir e me entender.
São nos dias cinza que aprecio o
toque suave do vento no meu cabelo
e minha pele. Que a sensibilidade
ataca e o interior se exterioriza.
É quando encontro a paz em mim.
O que procuro, está aqui dentro.
Emaranhado nas angústias, dúvidas
e conflitos que carrego. Não no
outro, nem em um filme ou livro.
Só dentro de mim. Nesta neblina
descubro que sou a melhor amiga
que sempre procurei. Que sou a
minha melhor ouvinte, minha
confidente.
É entre rajadas frias e sem graça
que descubro as mais belas cores
da vida. Os mais deliciosos passeios
e as melhores companhias. É quando
consigo saborear com prazer a comida.
Quando o gosto amargo da couve saliva
minha boca enquanto sinto o ácido
gosto do limão. É quando percebo que
serei a única a estar ao meu lado
durante toda minha vida.
A única que saberá o que vivi e como morri.
São esses dias cinza que me torno tão eu.
terça-feira, 21 de abril de 2009
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Estrada sem rumo
Nada além da estrada silenciosa.
Como chegaste ali?
Com os pés descalços,
cabelos emaranhados e
olhos vazios. O horror
que presenciara há tempos
voltou para lhe assombrar.
As duras pedras penetram
na fina pele de seus pés.
Foste marcada. O gosto amargo
da lembrança saliva a boca e
molha os teus lábios secos.
Vejo os rastros dos seus
passos por uma estrada sem
destino. Em sua mente, um
incansável flashback daquela
manhã. Daquela maldita manhã.
Da besta que lhe tirara inocência.
Suas mãos se fecham enquanto
as unhas quebradas corrompem
O cair da tarde aproxima-se.
E lentamente o sol despe seu
brilho e descobre sua oca alma.
Por quê?
Essa pergunta balbuciava nas
entranhas do seu ser. Pequenas
partículas de poeira acariciam
sua alma. Sussurros de desprezo
Na estrada sem destino os carros
te ultrapassam. Medo. Você para.
E se ajoelha, apoiando suas mãos
sangrentas no solo frio e árido.
A última lagrima escorre, beija
o chão. A desgraça acompanhava
seu bizarro destino. E como sua
companheira fiel, você deita. E,
derrama algumas palavras ao fim.
Eram apenas seus primeiros anos.
Como chegaste ali?
Com os pés descalços,
cabelos emaranhados e
olhos vazios. O horror
que presenciara há tempos
voltou para lhe assombrar.
As duras pedras penetram
na fina pele de seus pés.
Foste marcada. O gosto amargo
da lembrança saliva a boca e
molha os teus lábios secos.
Vejo os rastros dos seus
passos por uma estrada sem
destino. Em sua mente, um
incansável flashback daquela
manhã. Daquela maldita manhã.
Da besta que lhe tirara inocência.
Suas mãos se fecham enquanto
as unhas quebradas corrompem
O cair da tarde aproxima-se.
E lentamente o sol despe seu
brilho e descobre sua oca alma.
Por quê?
Essa pergunta balbuciava nas
entranhas do seu ser. Pequenas
partículas de poeira acariciam
sua alma. Sussurros de desprezo
Na estrada sem destino os carros
te ultrapassam. Medo. Você para.
E se ajoelha, apoiando suas mãos
sangrentas no solo frio e árido.
A última lagrima escorre, beija
o chão. A desgraça acompanhava
seu bizarro destino. E como sua
companheira fiel, você deita. E,
derrama algumas palavras ao fim.
Eram apenas seus primeiros anos.
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