quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

É assim que vejo você

O apartamento era novo. Você tinha acabado de pagar a última parcela. Ao lado da porta, o criado mudo guarda as chaves e correspondências que nunca abrira.

Ao entrar, tira os sapatos. Chuta-os em um canto e suspira cansado. O que parecia impossível, tornou-se história da sua vida. A sala, pouco mobiliada, cheira alecrim e capim santo. Aroma deixado por uma doce borboleta.

Esquece-se de ligar as luzes. Prefere assim, o silêncio e a escuridão carregam calmaria e aconchego.

O telefone toca. É teu afeto perguntando se tudo está bem. Ao desligar, senta-se na cama e luta contra vontade imensurável de dormir. Levanta-se. Liga o computador e caminha para o banheiro. De portas abertas satisfaz tuas necessidades e volta ao quarto.

O quarto é simples. As paredes são brancas. Na da esquerda um grafitismo a terminar.

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