Da minha janela, não posso ver o céu,
não posso ver o chão. Os espectros
arrastam-se sala em sala, sem vida.
Tão apressados, cansados e carentes.
São a poesia servil. É a poesia bruta.
O reflexo do sol aquece, anima e cega.
Entre brechas da cortina posso vê-lo.
Luminosamente vivo. Claridade que não
toca minha pele, não me aquece. Limbo.
Nas janelas vizinhas, reflexos romanos.
A natureza derrama em minha consciência
um dilúvio saboroso de orvalho gritante.
Delírio em pausa selvagem. Contrações.
Mutualidade ardente dos desprovidos
de sonhos rebelam-se ao nada. Insolúvel.
Os que se curvaram, absorvem serpentes.
Comem cinza entrelaçada. Mortos e vazios.
Esse poema é um suicídio.
ResponderExcluirEsse poema é um suidídio [2]
ResponderExcluirMas de uma profundidade fascinante!
LindooH - esse poema é suicídio [3]
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