Ops... perdi a inspiração numa esquina que passou.
Assim mesmo de repente, foi-se embora.
Me deixou seguir na estrada de terra incerta,
Sozinha. Aquele horizonte a se descobrir.
Restou o Retrovisor, este que insiste em dados nostálgicos. Temeu. Esvaiu. Sublimou.
Confesso passar horas olhando-a,
Em busca do que já nem me lembro mais.
Tento encontrar desesperadamente uma pista
breve e sutil do que sou. Do que fui.
O retrovisor imovel respira sem ambições.
Carrega dúvidas pouco esperançosas
Refletindo tudo aquilo que não desejo ver.
O vazio das minhas atitudes secas.
Retrovisor não esclarece. Não são respostas
que procuro quando observo sua superfície
lisa e fria. Permanecem as dúvidas. Questões
vivas dentro de mim, refletidas do passado.
Em meu refugio distorcido é possível reconhecer
minhas escolhas, escolas, escoltas, escombros.
Oh retrovisor! Sobrevive de passado, ensina-me
a viver agora com as lições aprendidas de ontem.
Sobrepõe experiências mal sucedidas
Desafia sonhos carregados na mochila.
Acompanha-me na imensidão a se descobrir
Ansiosa a se refletir dentro deste meu retrovisor.
Texto inspirado na canção "Amem" d'O Teatro Mágico e do conto "Retrovisor" de Maíra Viana
O retrovisor é também arrependimento. Mas, sei lá, o que está feio está feito. Não há o que apague.
ResponderExcluir:) que LINDO!
ResponderExcluirNossas sensações, às vezes, são deveras irmãs.
ResponderExcluir