domingo, 20 de junho de 2010
As lágrimas que não são minhas
Insistem em cair nas curvas rosadas da face. Enxugo-as para que ninguém as veja. Em toda esfera azul há olhos babando. Curvando-se a sentimentos inexplicáveis. Sentimentos mudos e selvagens, quase burros que saltitam a atmosfera humana. Eles não se calam. Eles nunca ficam satisfeitos. O ritmo continua exatamente igual. Como fora desde sempre. Um suave tilintar interno recorda-me de sorrisos que nunca lembrei. Eram como serpentinas em zero absoluto. Eu me lembro daquilo que nunca esqueci. E quase como a pausa do tempo, as salgadas escorrem ondulantes em eterno descompasso com o agora. Pudera. Fosse o contrário e o mundo pararia. O ventre descansa nas gélidas cinzas da janela, a procura de um amigo. E se como soubesse, o vento beija-me violentamente, qual cereja lambuza-se em calda doce. Como se enlouquecesse.
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és linda! Teu vento sou eu, a velar-te instintivamente. Te dou através do vento, um doce e suave abraço.
ResponderExcluirFaça o favor de publicar um livro. E eu quero um autografado.
ResponderExcluirObrEgada.
<3
Lágrimas de todos nós. A loucura da cereja, a sanidade de um beijo violento.
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