terça-feira, 8 de abril de 2008

Aquarela Insana

Não foi com certeza que dava meus passos,
Com desconfiança e desespero apenas caminhava...
Sabia que onde estava não poderia ficar.
Pratos longos, copos escuros tudo certo
Tão errado, onde estarão minhas luvas de algodão?

Olhares amendoados por toda cidade,
O vai-e-vem de pessoas sem certeza do amanhã,
Cantam e dançam para não enlouquecer,
Procuram suas luvas de algodão.

Ah! Que saudades da primavera, do tempo
Onde tudo era certo, quando até mesmo
A lua, essa inconstante, não tinha relogio, pois
Tinha certeza de suas luvas de algodão.

Em meio a retas e cálculos, em torno de
Flores, em meio ao calor, em todos os lugares
Naquele lugar os olhos falam quando
A boca se cala, achará suas luvas de algodão?

Do branco do papel à aquarela da vida,
Tudo é possível quebrando as regras.
Liberdade chora por não ser mais livre.
Em casa, um lustre, uma vida.

Cada luva uma proposta, um sentimento
Vingança! Para que? Se você sabe que amanhã
será outro. Mesmo sem certeza caminhe, mesmo
sem rumo, mesmo sem as luvas de algodão.

Me ame, me odeie apenas não ignore
Minha aquarela insana.
Sente-se no divã da vida e mostre seu
Verdadeiro rosto, mesmo que sem verdade.

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