quinta-feira, 15 de abril de 2010

Os outros tornaram-se você

Criatura,

a morte da fé transforma um campo florido em caos e cinzas.
Como um ralo, suga. Quer tanto que se perde em frustrações.
E seus sorrisos são como olhares frios, quase é uma desculpa.
Não é a rosa que o espinho fere. São debilitadas tuas emoções.

Tudo fica vulnerável ao seu querer. Criatura, não vê que suas
bases estão enferrujadas? Que suas razões já são tão insanas
e confusas que já não sabe controlar e aceitar as diferenças?
Quanta pena sente de si. E quanta solidão. Me diz, como você
caminha? Ainda tem forças e esperanças? Olha, seu rei morreu.

Aquele que nunca existiu.



Criatura, quem é você?

Para de lembrar do brilho cegador daquelas jóias. Elas jamais
pertenceram-te. Apague as suas lagrimas. Ama-te. Perceba-se.
Tu és uma criatura linda.



Senhora errante,

queime esse diário. Não adianta lamentar seu presente. É
incoerente com a vida. É sim, deixa ser hoje. Deixa partir.
Abra sua mente e seu coração.



Servo,

não se torne escravo de um único sentimento. Que tamanha
prioridade você dá esquecendo-se de tantos outros. Tantos
outros lindos sentimentos.


Ora, canalha,

Não veja o outro com propriedade. Você não tem o dom da
permissão e essa corte só existe em teus pensamentos
masoquistas. Deixem ser.



Quantas amarguras você leva? Quanta inveja sente! Tamanho desespero, tamanha infelicidade. você ri das ações. Mas, está presa a jaula da acomodação. Tua falta de amor é tanta que se delicia deitado na merda. Só porque faz bem a sua própria piedade.




Tá tudo errado.
Tudo tããooo errado.

Você se consome e se carrega. Julga o outro e esquece-se do espelho que está ao lado. Ah...
Você virou o espelho e com uma aquarela desenhou seu auto-retrato distorcido. Engana-se.

Mas, quando suas chagas ardem e você busca a calmaria da água em busca de alivio,
jamais consegue apagar o reflexo ondular de seu próprio olhar. Ele te assombra.


Te vejo com uma infelicidade tão grande que desperta minha compaixão.
responda-se, você ama?
você conhece o amor?

Ah eu mesma respondo,
não.

Sempre soube...

Um comentário:

  1. Agressivo.
    Eu não compreendo (por não saber fazer) como você preenche de outras pessoas que não são você e admiro..
    Entendi o "estar aqui".

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