sábado, 6 de dezembro de 2008
Inacabado presente
sinfonia da auto-flagelação.
É o fracasso metamorfosiado
dos equivocos e da decência.
São susurros ecoando gélidas
impunidades. É degustar sabor
cru, próprio do silêncio. É ser o
tempo nú, devorando o ventre.
É o aroma de morte ecoando em
janelas. As sequencias dos verbos
isolados. É o holocausto inculto
do hedonismo que sangra o colo.
Inquietude. Decência. Vergonha.
Um futuro chegará e não mais,
envergonharemos. Seremos os
Donos de nossos destinos. Paz.
(...) Distâncias se encontram ao vento...
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Boa viagem, ardor
não posso ver o chão. Os espectros
arrastam-se sala em sala, sem vida.
Tão apressados, cansados e carentes.
São a poesia servil. É a poesia bruta.
O reflexo do sol aquece, anima e cega.
Entre brechas da cortina posso vê-lo.
Luminosamente vivo. Claridade que não
toca minha pele, não me aquece. Limbo.
Nas janelas vizinhas, reflexos romanos.
A natureza derrama em minha consciência
um dilúvio saboroso de orvalho gritante.
Delírio em pausa selvagem. Contrações.
Mutualidade ardente dos desprovidos
de sonhos rebelam-se ao nada. Insolúvel.
Os que se curvaram, absorvem serpentes.
Comem cinza entrelaçada. Mortos e vazios.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Retrovisando
Assim mesmo de repente, foi-se embora.
Me deixou seguir na estrada de terra incerta,
Sozinha. Aquele horizonte a se descobrir.
Restou o Retrovisor, este que insiste em dados nostálgicos. Temeu. Esvaiu. Sublimou.
Confesso passar horas olhando-a,
Em busca do que já nem me lembro mais.
Tento encontrar desesperadamente uma pista
breve e sutil do que sou. Do que fui.
O retrovisor imovel respira sem ambições.
Carrega dúvidas pouco esperançosas
Refletindo tudo aquilo que não desejo ver.
O vazio das minhas atitudes secas.
Retrovisor não esclarece. Não são respostas
que procuro quando observo sua superfície
lisa e fria. Permanecem as dúvidas. Questões
vivas dentro de mim, refletidas do passado.
Em meu refugio distorcido é possível reconhecer
minhas escolhas, escolas, escoltas, escombros.
Oh retrovisor! Sobrevive de passado, ensina-me
a viver agora com as lições aprendidas de ontem.
Sobrepõe experiências mal sucedidas
Desafia sonhos carregados na mochila.
Acompanha-me na imensidão a se descobrir
Ansiosa a se refletir dentro deste meu retrovisor.
Texto inspirado na canção "Amem" d'O Teatro Mágico e do conto "Retrovisor" de Maíra Viana
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Figura faérica do não ser
Entristece-se coragem!
Configura toda depressão vestida.
Diminui meu palpitar teu. Reconstrói
A era da lua. Igreja de escuridão.
Passando minha carne em
Respiro teu. Regurgita-me. Desnuda
Este meu pudor com a capa
Bela que deixaste. Batalhas futuras.
Tome seu tempo coragem!
Soltas lagrimas de alegria
Reanimam-se belas e furiosas.
Sonho negro que refresca.
Que odeia.
Tristeza...
Por Felipe Consentino
www.coisasqueeuodeio.wordpress.com
domingo, 7 de setembro de 2008
Desfigura sólida do ser
A dança, a Deus(a)
Luna
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
(Nenh) Uma canção
Sou leve folha que brinca
Monte luz, deslizo lagoa
Sou o fogo que ilumina.
Aguardo a chamada, tensa.
Procuro um especialista
de mim mesma. Diagnóstico
da vida, ou da sobrevivência?
Pouso lentamente no colo
de uma flor de lótus.
Ser é estar e se ausentar.
Meditação crua, nua, lua.
Hoje não ouvi o sol.
Não faz frio. Somos
donos do mesmo instante.
Desdobra inversa de mi.
Nesses sonhos sou água,
terra e ar. Sinto mar.
Sou natureza que respira
fauna e flora. Sou Luar.
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Em paz
Eterno principio-fim.
Me traí. Desejei ver-me
ao chão, (in) feliz.
Perder o bem,
Dissipar egoísmo.
Espuma do ventre.
Interior meu.
Entro, nada há.
Seco arrependimento.
Dentro, há nada.
Adentro. Fada.
Ínfima chama nossa.
Tua brancura cega.
Seremo-nos entre
do nada, um tudo.
Nulo
quinta-feira, 26 de junho de 2008
terça-feira, 17 de junho de 2008
Escrevo...
do que transcrever sentimentos.
Me inspiro enquanto o tempo
transpassa lucidez.
Quando acordo e escuto
vozes do meu interior.
Quando aceito ser quem sou
e descubro o que não foi.
Recordações de um verso que nunca se esvaiu.
Quando o abrigo torna-se peso de
um beijo não nunca mais aconteceu.
Quando a solidão dentro de nós, se afoga.
A noite torna-se amiga e o dia vil.
Quando todos os vilões são compreendidos,
perdoados e os encontro dentro de mim,
em meio a calos.
A rosa mais bonita é a mais cruel.
Quando a sinceridade presa
conhece liberdade.
Quando aposto em olhares
e eles nada me dizem.
Escrevo quando as nuvens chegam carregando a chuva que lava minha'lma.
Quando posso ver
o horizonte em São Paulo.
Quando delicio-me de prazer
e o delírio é pura timidez.
O solo seco recebe chuva.
Quando amo o absurdo
e desejo insanidade.
Quando posso voar,
quando posso voar...
enquanto eu posso voar.
quinta-feira, 12 de junho de 2008
terça-feira, 10 de junho de 2008
Reverso
Contracenando no acesso
aceso de toda conveniência
e plenitude exacerbada.
Mente despida em verso.
Contesto toda colocação.
Entre sons me despeço
de toda eloqüencia nua.
No silêncio, desfaleço.
Ao final faz-se recesso.
Interiorizando falácias
no crepúsculo abcesso.
Berço seco da nostalgia.
Inverso de mim, disperso.
terça-feira, 3 de junho de 2008
Crepúsculo
Vento frio acaricia minha face. Calmaria.
Momento honesto. Serenidade.
Sou única a cuidar de mim. Escolhas.
Noite. Magia eterna.
Procuro olhares. Piedade.
Todos somos um. Estrada da vida.
Som das folhas. Lábio seco.
Mãos guardadas no bolso. Serenata.
Reflexo. Um outro eu.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
terça-feira, 8 de abril de 2008
Sintonia Plena
A vida é realmente bela.
Em um instante radiante.
Noutro, arrasada sou.
Não é fácil equilibrar
no pedaço de chão que insiste
em se esvair a cada respiração.
A turva água que refresca minh’alma
percorre por um pequeno riacho
distinto de qualquer possessão.
Separa tolices guardadas
Como chaves expostas
Aos prisioneiros da liberdade.
Ninguém ousa duvidar.
O que não pertenceu hoje
É teu e de ninguém mais.
O destino da vida ilustrado e
Colorido com nuvens iluminadas
de branco suave e inocente.
Ninguém ousa concordar.
Teu segredo avassalador
É meu e de ninguém mais.
Sincronia
Deixo, no entardecer da noite, meus pensamentos dentro de uma caixinha de fósforo.
Me ilumino com o sereno da noite, que carrega calmaria em tempos de luz.
Suave como alecrim.
Sem sentimento, lutam por causas que desconhecem
Quanto tempo faz que você não sorri?
Dentro de mim, sinto a energia aquecer meu corpo
Me entrego as lembranças guardadas e esquecidas.
Deito, no silêncio da pedra, a sonhar com outros reis.
Lama seca, nuvem branca desafinada
Suor em dia de chuva
Sentidos
Afaga com sua luz corações
Revela e renova sentidos
Afugenta interrogações frias
Adomecido em tempos chuvosos
Impiedosa verdade, inegavel virtude
Aroma de flores flutua em prosa.
Todo dia
Resmungo...
Volto a deitar.
Desligo o despertador
Vou ao banheiro trocar de roupa.
Caminho
Abraço três árvores.
Ora em pé, ora sentada.
Desço no ponto
Ora em pé, ora sentada
Desço noutro ponto.
Ligo o computador
Desligo no fim do dia.
Converso, dou risada, fico séria.
Termina a aula, volto para casa.
Oi mãe, boa noite mãe
Tomo banho, preparo o despertador, durmo.
Todo dia, dia todo
todo dia, dia todo
todo dia, dia todo
O momento
O anjo e a menina
Aquarela Insana
Com desconfiança e desespero apenas caminhava...
Sabia que onde estava não poderia ficar.
Pratos longos, copos escuros tudo certo
Tão errado, onde estarão minhas luvas de algodão?
Olhares amendoados por toda cidade,
O vai-e-vem de pessoas sem certeza do amanhã,
Cantam e dançam para não enlouquecer,
Procuram suas luvas de algodão.
Ah! Que saudades da primavera, do tempo
Onde tudo era certo, quando até mesmo
A lua, essa inconstante, não tinha relogio, pois
Tinha certeza de suas luvas de algodão.
Em meio a retas e cálculos, em torno de
Flores, em meio ao calor, em todos os lugares
Naquele lugar os olhos falam quando
A boca se cala, achará suas luvas de algodão?
Do branco do papel à aquarela da vida,
Tudo é possível quebrando as regras.
Liberdade chora por não ser mais livre.
Em casa, um lustre, uma vida.
Cada luva uma proposta, um sentimento
Vingança! Para que? Se você sabe que amanhã
será outro. Mesmo sem certeza caminhe, mesmo
sem rumo, mesmo sem as luvas de algodão.
Me ame, me odeie apenas não ignore
Minha aquarela insana.
Sente-se no divã da vida e mostre seu
Verdadeiro rosto, mesmo que sem verdade.
Abismo
Hoje acordei sentindo um vazio enorme dentro de mim. Teu silêncio e calmaria devoraram todos os sentidos que conhecia.
L...e...n...t...a...m...e...n...t...e... apagou a luz, trancou portas dos quadros que amei, selou segredos, escondeu alergias. Do lado de fora tudo estava escuro, pálido na penumbra da noite que virou dia. Esqueci sonhos, esqueci sonhos...Caíram dentro do abismo que se formou dentro de mim.
Retrovisando
Ops... perdi a inspiração na esquina que passou.
Assim mesmo de repente, foi embora.
Deixou-me seguir na estrada de terra incerta
Sozinha naquele horizonte a se descobrir
Restou o Retrovisor, este que insiste em
mostrar o que passou, esvaiu.
Confesso muitas vezes passar horas olhando
Em busca do que não me lembro mais.
Tento encontrar desesperadamente uma pista
breve e sutil de quem sou, quem fui, quem serei.
O retrovisor imovel respira sem ambições.
Carrega dúvidas a pouco esperançosas
Refletindo tudo aquilo que não desejo ver
do vazio de minhas atitudes secas.
Retrovisor não esclarece. Não são respostas
que encontro quando observo sua superfície
lisa e fria. Permanecem as dúvidas, questões
vivas dentro de mim refletidas do passado.
De maneira distorcida é possível reconhecer
minhas escolhas, escolas, escoltas, escombros.
O retrovisor sobrevive de passado, me ensina
viver agora com as lições aprendidas ontem
Sobrepõe experiências mal sucedidas
Desafia sonhos carregados na mochila.
Me acompanha na imensidão a se descobrir
Ansiosa a se refletir dentro de meu retrovisor.
Texto inspirado na canção "Amem" d'O Teatro Mágico e do conto "Retrovisor" de Maíra Viana
domingo, 23 de março de 2008
Uma outra parte de você, em mim.
Não desejo que torne-se meu diário de bordo, tão pouco muro de lamentações. Confesso que minha tristeza inspira meus textos. Talvez seja um mal costume ou até mesmo conformismo. O que me acalma muitas vezes é o que me entristece. Não sei como acontece com você. Não sei quem é você, leitor.Inicio esse espaço em paz, sem a menor pretenção.
Chegou por aqui ao acaso? Que ele então, seja responsável por nosso vínculo.
Espero que volte sempre e quem sabe um dia deixe um comentário a respeito de você.
Afinal, Somos um pedaço do outro.
Namastê.